25 abril 2007

Adesão sivuqueira à BILIV

Hudson Lacerda, um dos maiores sivuqueiros da paróquia, gostou da idéia, já comprou livros especialmente por causa da causa e deu uma substancial melhorada na etiqueta da BILIV, para deixar bem claro aos felizardos leitores a que de que o livro veio pousar asas em suas mãos. Olhem só como ficou bacaninha e cheia de elegante etiqueta a etiqueta.

06 maio 2006

Biblioteca Livre no Jornal do Brasil

Encontrei esta matéria, sobre bibliotecas, que saiu no JB, e registra também a criação da Biblioteca Livre.

17 janeiro 2006

Libertou? Conte pra todo mundo!

Você libertou um livro? Registre aqui nos comentários.
Você está aqui porque chegou às suas mãos um livro livre?
Conte pra gente, registre nos comentários.

Ah, e quando você colocar em seu blog um atalho para a Biblioteca Livre - biliv, avise, para escrevermos seu nome e endereço entre as gentes que libertam livros.

23 dezembro 2005

Sugestão de presente: DÊ UMA IDÉIA !

Eu já dei muitos livros de presente. Provavelmente você também. A pessoa presenteada o lê, lembrando algumas vezes de você, com um sentimento de simpatia e gratidão - se gostar do livro, claro. E depois que termina de lê-lo coloca-o na estante e esquece dele.

Que tal fazer melhor este ano? Liberte o exemplar antes de entregá-lo à amiga, ao amigo - dê a eles a idéia em seu efeito prático - na forma de um livro livre - você vai obter os mesmos benefícios que das outras vezes, e ainda três a mais, dois por acréscimo e um por multiplicação.

O primeiro benefício extra neste presente é que, além da possibilidade da leitura, você estará dando-lhes a idéia, o conceito, o convite, a senha - a carteirinha pronta!!! de libertadores de livros e sócios fundadores da biliv - BIBLIOTECA LIVRE.

O segundo benefício extra é que você estará dando a seus afetos a chance de fazer o mesmo que você e ter a mesma agradável sensação quando, após a leitura, chegar a vez deles entregarem a outros os livros e darem a idéia. Com isto ainda, aos generosos você livrará da culpa de passarem o livro adiante e aos avaros você incentivará a virtude do despreendimento.

O terceiro benefício extra é por multiplicação, já que o processo não pára e dezenas de pessoas, talvez centenas, presentear-se-ão, ao longo do próximo ano, a partir de um único exemplar, com a idéia da biliv e o conteúdo de cada livro que sua iniciativa e bom gosto colocou nas mãos do seu amigo, da sua amiga. Não é mesmo um belo presente?!

Como fazer

Na festa de lançamento mundial da biliv ( www.saraueletrico.com.br ), nos 30 livros que libertei para o público, eu imprimi, recortei e colei no verso de cada capa um texto conforme o seguinte modelo (o que está em letras azuis).

Este exemplar foi libertado por ...(escreva seu nome)..., faz parte da biliv - BIBLIOTECA LIVRE - e goza dos direitos por ela conferidos:
- O direito de nunca mais ser comprado, vendido, ou apropriado por alguém.
- O direito de seguir a outro leitor tão logo você termine de lê-lo, ou ainda que não o tenha feito, em até duas semanas.
- O direito de ser bem tratado e cuidado.
- O direito de exercer seu destino, que é ser muito lido, até morrer, livre, bem velhinho, bem visto e folheado, bem gasto e apreciado, conhecido pelo mundo e pelas gentes, feliz, num futuro longínquo.

Aproveite, amiga leitora, amigo leitor, que ele é livre e está com você.

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O que é a biliv - BIBLIOTECA LIVRE –
1- Você lê um livro e gosta muito, pois proporcionou-lhe uma experiência agradável e educativa, deliciosa e conscientizadora, quem sabe até sublime e fundamental. 2 - Você acha importante que outras pessoas desfrutem dessa experiência. 3 - Você imprime, recorta no tamanho e cola no livro, no verso da capa, este texto explicativo, escrevendo seu nome como libertador do exemplar.4 – Você entrega o livro a alguma pessoa conhecida sua que ache que vá gostar de lê-lo. 5 - Você explica a essa pessoa que o livro faz parte da biliv - BIBLIOTECA LIVRE, conforme consta ali impresso, e que portanto deverá ser passado adiante a outro leitor em até 15 dias. Esse passará a outro e assim por diante. Pronto! Esta é a biliv - BIBLIOTECA LIVRE - não precisa de prédios, bibliotecários, liberação de verbas pelo governo e é uma idéia original de um brasileiro, Jean Scharlau.

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Para conhecer melhor a biliv veja na internet >>> http://biliv.blogspot.com
Se gostou do livro escreva seu nome nas páginas sem impressão, ao final, ou no verso da contracapa.
PASSE ESTE LIVRO E ESTA IDÉIA ADIANTE - LIBERTE UM LIVRO TAMBÉM.


Aí está! Simples, não é mesmo? Caso o livro seja pequeno e não caiba todo o texto junto, você pode dividir a explicação em até três partes, nas linhas tracejadas, e colá-las no verso da capa, no verso da contracapa e em alguma página em branco.

Abraços e Natal com menos fogos e mais calor aos manos e manas. E viva o aniversariante!

Jean Scharlau.
www.biliv.blogspot.com

22 dezembro 2005

À graça de ser, fazer e receber, agradeço

À menina Katia, ânimo de festa, à rapaziada esperta - Moreno, Frank, Fischer, 4 estrelas a brilhar no ocidente, a todas as constelações presentes na platéia do SARAU ELÉTRICO, meu firmamento.

Foi uma bela noite e há de nunca conhecer esquecimento, mesmo depois de apagada - céu estrelado, sua luz continuará viajando espaço, dimensões, tempo...

Abraços, ótimos contatos, e um Natal de verdades amáveis e permanentes.
Jean Scharlau e todo o pessoal, e a todo o pessoal, da BIBLIOTECA LIVRE. Biliv.

20 dezembro 2005

Libertos em noite de festa

Livros libertados às carinhosas mãos, perscrutadores olhares, atenciosas mentes dos presentes na festa de lançamento mundial da biliv - BIBLIOTECA LIVRE, no SARAU ELÉTRICO de fim de ano, dia 20 de dezembro de 2005.

Autor, livro, gênero (tipo assim)
Manuel Puig, Pubis angelical, romance psicológico
David Goodis, A garota de Cassidy, novela noir
George Baxt, Um caso de polícia para Dorothy Parker, policial
Paulo Hecker Filho, Para ver o mundo, poesia
Rubem Braga, Um pé de milho, crônica
Rui Nedel, Te arranca alemão batata, romance histórico
Manoel de Barros, O livro das ignorãças, poesia
Anaìs Nin, Henry, June e eu, novela de memórias
Bertold Brecht, Histórias do Sr. Keuner, histórias filosóficas
Drieu La Rochele, O Homem a cavalo, romance
Cláudio B. Carlos, Um arado rasgando a carne, conto
Ivan Lessa, Ivan vê o mundo, crônica
Simões Lopes Neto, O Nego Bonifácio e outras, conto
Amaro Juvenal, Antônio Chimango, poesia
Araken Vaz Galvão, Crônicas de uma família sertaneja, romance
Carlos Heitor Cony, O harém das bananeiras, crônica
Francesco Alberoni, O erotismo, psicologia
Fausto Wolff, O lobo atrás do espelho, romance
Euclides Torres, A patrulha de sete João, romance histórico
Esopo, Fábulas completas, fábulas
Barbosa Lessa, Rodeio dos Ventos, conto histórico
Maxence Fermine, O apicultor, novela
Benito Linch, O inglês dos ossos, romance
Raymond Chandler, A irmãzinha, policial
João Gilberto Noll, Canoas e marolas, novela
João Antônio, Malagueta, perus e bacanaço, conto

Albert Camus, O estrangeiro, novela
Augusto Meyer, A forma secreta, ensaios literários
João Cabral, Correspondência com Bandeira e Drummond, cartas
Sergio Faraco, Gregos e gringos, crônica
Jean Scharlau, Viva, meu amor!, poesia

13 dezembro 2005

Lançamento MUNDIAL da biliv

A primeira festa, com todo o merecido respeito, de lançamento mundial da biliv - BIBLIOTECA LIVRE, será na terça-feira, dia 20, às 21 h. no Sarau Elétrico, que desde o milênio passado dá a letra e faz a farra literária em Porto Alegre, ali, na esquina da Osvaldo Aranha com a João Telles.

Para ter uma idéia da preza que é, olha só alguns convidados das outras edições.
Araken Vaz Galvão
Cíntia Moscovich
Fausto Wolff
Ivan Pinheiro Machado
João Gilberto Noll
Jorge Furtado
Luis Fernando Verissimo
Mario Pirata
Martha Medeiros
Moacyr Scliar
Olívio Dutra (quando governador)
Paixão Cortes
Tarso Genro (quando prefeito)

No Sarau desta terça, Jean Scharlau
e a biliv - BIBLIOTECA LIVRE.
Onde serão libertados dezenas livros, dos melhores.
Depois eu conto, e mostro se possível.

Conheça o Sarau - www.saraueletrico.com.br

12 dezembro 2005

Alguns slogans da campanha biliv

Crie o livro solto.
Mais vale 1 livro na mão que 2 na estante.
A primeira liberada a gente nunca esquece.
Eu livro, tu livras... Ele livre!
Livro - ame-o e deixe-o.

Ttrilha sonora da campanha


Believe in BiLiv
E
I BiLiv in love


Sei que parecem músicas norte-americanas
mas são
lombadas...
Ah, e que lombadas!

Devagar se vai ao epílogo,
mas o pensamento voa
e a leitura teletransporta.

Vai, livro! ser gauche na vida

Jean Scharlau

09 dezembro 2005

NÓS no JORNAL DO BRASIL

Foi só uma notinha, bem pequeninha, mas já tão confiante e consciente do seu valor... CLICA!

03 dezembro 2005

É evidente que muitos não acreditam


na BIBLIOTECA LIVRE, porque ainda não deu na Globo nem saiu na Veja. Em contrapartida, isto ainda mais comprova que ela existe.

E já temos BIBLIOTECA LIVRE no Orkut, presente da Nika.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6890401

01 dezembro 2005

O quê virá a ser a BILIV - BIBLIOTECA LIVRE ?

É idéia, nova. Ou é idéia antiga, aplicada a algo antigo, o livro, porém de um jeito novo. A idéia é a de que não se perde o que se transmite, no caso o conhecimento, no seu sentido mais amplo, registrado em livros, e de que essa transmissão deve e pode ser contínua, acelerada e democraticamente participativa.

A síntese do processo:

1- Você lê um livro e gosta muito, pois proporcionou-lhe uma experiência agradável e educativa, deliciosa e conscientizadora, quem sabe até sublime e fundamental.

2 - Você acha importante que outras pessoas tenham a oportunidade factual, real, prática, efetiva, de desfrutar dessa mesma experiência.

3 - Você pega aquele exemplar do livro, ou compra outro exemplar, e no verso da capa, no alto, escreve: Este livro é integrante da BIBLIOTECA LIVRE. Foi libertado por...(você escreve seu nome).

4 - Você imprime, recorta no tamanho e cola no livro, como sua primeira página o seguinte texto, ou outro de sua redação ou escolha:

*****

Este é um livro exemplar, porque livre! Seu destino é navegar por muitas mãos, de par em par, que o elevarão à sua verdadeira dimensão e o levarão a seu sublime destino, que é ser lido, lido e lido, pois, segundo a opinião de seu libertador (primeiro nome que consta no verso da capa - o seu), é um ótimo livro. Dele se enamorará teu pensamento e tereis belos momentos juntos. Depois de amá-lo, o farás prosseguir, a outras mãos, a outros olhares, a outros pensamentos que dele se enamorem talvez ainda mais, e de onde brotem outros vôos, outras idéias, outras compreensões.

Este exemplar goza da proteção e dos direitos conferidos pela BIBLIOTECA LIVRE:
- O direito de nunca mais ser comprado ou vendido.
- O direito de ser liberado tão logo termine a troca de afetividades entre si e o leitor, ou ainda se esta troca, por falta de afinidades, não ocorrer. Um e outro caso comprova-se em uma semana. Mantê-lo por mais tempo é, em qualquer caso, fazê-lo novamente prisioneiro, o que é grave ofensa à liberdade de todos.
- O direito de ser bem tratado e cuidado, com atenção e respeito.
- O direito inalienável de exercer seu destino, que é ser lido, muito lido.
- O direito de morrer livre, bem velhinho, bem visto, bem folheado e lido, bem gasto e apreciado, conhecido pelo mundo e pelas gentes, feliz, num futuro muito longínquo.

Aproveite, caro amigo leitor, amiga leitora, que ele está vivo e com você.
Jean Scharlau – pioneiro fundador da Biblioteca Livre.

5 – Você entrega esse livre livro, de sua escolha e gosto, em mãos, a alguma pessoa que você perceba que poderia gostar de lê-lo.

6 - Você explica a essa pessoa que o livro faz parte da BIBLIOTECA LIVRE, conforme consta ali impresso, e que portanto deverá ser passado adiante, em mãos, a outro leitor, ou devolvido a você, caso a pessoa não goste ou discorde do valor da obra.

7 - Antes de passar o livro adiante, o leitor escreve seu nome abaixo dos que já estão relacionados no verso da capa, e que são os do libertador do livro e dos leitores subseqüentes.

Pronto! Esta é a BIBLIOTECA LIVRE!

Não precisa de sede, não precisa de funcionários, não precisa de ar condicionado, anti-mofo, anti-cupim, não precisa de verbas governamentais.. O seu acervo será escolhido da maneira mais democrática possível e ela funcionará somente pela vontade e participação das pessoas que interessam-se em preservar e desenvolver a cultura, principalmente a escrita, e isto significa muitas pessoas, muita participação, muita democracia – de verdade. Os livros libertados não ficarão empilhados no fundo de uma sala escura aguardando trâmites burocráticos ou o lixeiro e cada exemplar poderá ser lido por 50, 100, 200 pessoas – um investimento super bem aplicado .

Ao que me consta é uma idéia original e não encontro nela inconvenientes, além disto é idéia de um brasileiro, o melhor do nosso país, não é mesmo?

Que tal a gente fazer esta idéia vingar aqui e depois exportá-la para o mundo?

*****

A Biblioteca Livre não está sendo proposta para ser apenas um novo jeito de você emprestar livros aos seus amigos. Como você está lendo esta página da web, muito possivelmente esteja em casa, uma entre as 12% do Brasil que têm computador conectado à Internet. Você, muito provavelmente não está entre os brasileiros mais pobres, ao contrário, muito possivelmente está entre os 30% melhor aquinhoados da população brasileira. O objetivo principal da Biblioteca Livre é fazer fluir para a base da pirâmide social o doce orvalho literário, aquele que você mais aprecia e que de outro modo dificilmente chegaria lá.

Claro que é possível começar na sua própria classe social, distribuindo os primeiros exemplares a amigos e conhecidos. Mas sugiro que você pense nas possíbilidades implícitas em comprar um livro que você aprecie, adequado à faixa etária, e ir até uma escola, com uma ou duas folhas impressas explicando o que é a Biblioteca Livre, falar com a diretora e então com uma professora em sala de aula, explicar aos alunos e perguntar quem gostaria de ler o livro e, entre os que quiserem, fazer um rápido sorteio (com papeizinhos numerados) - um será sorteado para lê-lo primeiro e os outros ficarão aguardando sua vez. A professora poderá, após todos terem lido, o que acontecerá meses depois, fazer uma aula onde se fale sobre aquele livro, ou sobre outros que os próprios alunos ou professoras tenham resolvido libertar depois de sua visita e iniciativa.

A propósito, a Biblioteca já está funcionando - funciona no momento em que.

Jean Scharlau.


PS - Para conhecer outros aspectos da proposta, sugiro a leitura da crônica abaixo.

27 novembro 2005

Um presente de Natal

Por que é mesmo que presenteamo-nos no Natal?

Não teríamos que dar os presentes ao aniversariante?

Onde está o aniversariante, para que possamos presenteá-lo?

O aniversariante mora em nós mesmos? Então é por isto que presenteamo-nos?

Bom, mas não é só em “nós aqui de casa”, que ele mora!

Neste Natal eu quero dar um presente maior que minhas lindas emoções e bom-mocismo de quintal ao aniversariante. Para presenteá-lo quero dar ao pessoal pra lá do meu quintal algo que vale mais que dinheiro, pois é mais útil, e não é tão difícil de conseguir para quem é honesto – o CONHECIMENTO. Não foi o próprio ANIVERSARIANTE quem disse: “Buscai a verdade e a verdade vos libertará”? Para dizer isto, o aniversariante deve gostar de homens e mulheres livres, que decidam por si mesmos. E se eu pudesse dar de presente ao “pessoal para lá do meu quintal” conhecimento? E se eles, com conhecimento, buscassem cada vez mais à verdade, e a verdade então os libertasse das correntes que os bestializam... Isto não faria feliz ao aniversariante? Não seria este, então, um belo e aprazível presente de Natal?

Mas que conhecimentos tenho eu para pensar em distribuir? O pouquinho que sei, caso tenha mesmo alguma utilidade, como faria chegar àquela pobre gente “para lá do meu quintal”? Essa pobre gente que compra em infinitas prestações aparelhos de rádio e tv que, invés de transmitir-lhes conhecimentos, servem para mentir, enganar, amortecer, iludir, estupidificar e melhor dominar. “Buscai à verdade – a verdade vos libertará!”. O dinheiro não o faria, pois um tonto com muito dinheiro faz apenas besteiras maiores – basta observar os ricos! O que nós precisamos é de conhecimento, para com ele chegarmos à verdade e à liberdade. Como fazer? Não quero deixar mais um ano o aniversariante sem presente. De novo, não!

Feitas as contas do que NÃO tenho, o que é bem rápido e fácil, dada a amplitude, faço as contas do que tenho. Primeiro – na minha gota de conhecimento brilhou uma límpida e cristalina idéia. Segundo – tenho minha estradinha na Internet pela qual me comunico com muitos amigos e amigas que têm, como eu, um enorme apreço pela liberdade, verdade, conhecimento. Terceiro – Aquela possível boa vontade, minha e de todo o pessoal. Talvez seja tudo que é preciso.

– Mas... Tudo que é preciso pra quê? Qual é a idéia?

- Veja o seguinte: não temos rádio, não temos, tv, não temos jornal, certo? Mas quem tem boca vai a Roma, e quem tem um computador e uma linha telefônica vai ao mundo inteiro.

– Tudo bem, mas vai ao mundo inteiro fazer o quê?

– Ué! Divulgar a idéia!

– Mas que idéia?!

– A idéia para fazer chegar conhecimento ao pessoal pra lá do pessoal aqui de casa, aqui da vizinhança, aqui do bairro! Sem sermos donos de escola, rádio, tv, jornal, que outro meio nos resta para transmitir conhecimento?

– Ah, então é a internet !!!

– Sim, a Internet é um meio. A Internet vai servir pra divulgar. Mas acontece que só o pessoal aqui do bairro é que tem, é preciso ter computador, linha telefônica, e eu quero sair do nosso bairro, eu quero levar o presente até a vila, até a favela.

– Tá, então abre a tramela de uma vez, deixa de fazer suspense!
Péra aí, péra aí! Fora os meios de comunicação de massa que falaste, a mídia, que não podemos usar pois eles estão o tempo todo divulgando produtos, mentiras e, para não forçar a barra, meias verdades, fora esses meios de enganação, e a Internet, que é restrita a quem tem grana, restou um único e primitivo meio de transmissão de conhecimento – o livro!

– Arráá!!! Eu sabia que chegarias, e que trarias mancheias.

– Ahnrã... Cheguei! Mas agora mesmo é que não entendi nada! Pretendes o quê, distribuir livros na favela? Convencer o governo a fazê-lo? Pela Internet convencer as pessoas a doar livros?... Já sei, pretendes convencer os internautas, que já não lêem mais livros, pois ficam o tempo todo em frente ao computador, a doarem seus livros para bibliotecas nas vilas e favelas!

– Ah-rá-rá! Bom! É isto! É quase exatamente isto! Tchê – não é à toa que és meu amigo, pois tua perspicácia o confirma.

– Tá, então me fala desse “quase exatamente” que eu vou ver se continuo teu amigo ou solicito tua internação no São Pedro. (Hospital Psiquiátrico São Pedro).

– O São Pedro, que eu saiba, está desativado.

– O teatro?! (Theatro São Pedro)

– Eh, he, he... Mas acertaste! A idéia é uma biblioteca, a idéia é que chegue às vilas e favelas, mas não só lá, pois o conhecimento, principalmente o que se encontra nos melhores livros, é necessário a todos e sempre.

– Estás falando então de milhares, milhões de bibliotecas...

– Não. Eu estou falando de uma única Biblioteca. A Biblioteca!

– Olha! Te cuida que eles podem reabrir o São Pedro por tua causa.

– Pois pense no cara acima de São Pedro, que é o aniversariante e a quem quero presentear, presenteando aqueles que eram os seus preferidos.

– Vocês cristãos são umas figuras! O cara quer presentear o Messias no Natal! - Messiânico, megalômano e grandiloqüente! E o pior ainda é que aparecem uns trouxas como eu, que se dispõem a ficar ouvindo.

– Não acho que teres estacionado os ouvidos perto da garrafa de uísque e da cachacinha com butiá seja mera coincidência.

– Tá, vai, Borges! Explica tua biblioteca.

– Quantas vezes descobrimos bons livros e escritores que nunca conheceríamos não fosse a indicação que recebemos de um amigo, ou de alguém em cujo bom gosto e inteligência confiamos?

– Lembro daquela troca que fizemos de livros teus pela minha máquina fotográfica. Descobri mesmo uns caras bons ali, mas tinha um livro do Bob Dylan que era um porre. Aliás, dos cem livros tinha uns vinte que colocaste pra te livrar deles...

– E a máquina fotográfica também, de cada dez fotos duas não prestavam...

– Ah, tá!

– Por outro lado, na literatura os gostos variam, tu achas o Saramago um primor e eu o acho bom mas de vez em quando meio chato, por exemplo.

– Messiânico, só podia falar mal do Saramago que é comunista.

– Que é isso? Eu acho ótimo o Fausto Wolff, que é comunista declarado! ...Queres mais gelo? Então é isto.... A biblioteca funcionará assim.
– Na base da troca por máquina fotográfica?

– Ah-ra-rah! Não! Funcionará por indicação. Na verdade mais que isso, porque as pessoas vão alcançar, vão entregar os próprios livros na mão de seus amigos, conhecidos, colegas.

– Que livros?

– Os livros da biblioteca.

– Já que é conversa de doido mesmo, vamos nessa: que biblioteca?

– A Biblioteca Livre.

– Ó, já tem nome! Onde será essa biblioteca?

– Em nenhum lugar, isto é, em todo lugar, quer dizer, em qualquer lugar. Só assim pode ser uma biblioteca única e atender o mundo inteiro.

– Sei, se tivéssemos que definir exatamente o local onde ela ficaria, seria, digamos, no Valhala, no Olimpo, no Paraíso, na Quarta Dimensão, na memória cache, no Sétimo Céu.

– Sétimo Céu para moças que gostem de foto novelas pouco exemplares. Não! A Biblioteca Livre fica nas mãos, na mochila, na casa de quem estiver com um de seus livros.

– Então a biblioteca pode ter milhões de sedes.

– Exato, mas não é a sede que importa. Na Biblioteca Livre só importa o livro, e o leitor que o porta, pois este o passará diretamente às mãos do próximo leitor, que em geral será seu conhecido, parente, colega ou amigo, aquele o entregará para um próximo e assim por diante, até que o livro se gaste de tanto ser manuseado e lido.

– E este livro virá de onde, de onde ele partirá para começar esta fabulosa jornada?

– Inicialmente de um dos fundadores mantenedores da Biblioteca Livre, que normalmente será o primeiro leitor do livro, porque o comprou, mas sempre seu último dono, pois o libertará da condição de objeto possuído, estagnado em estantes, para a condição de instrumento de comunicação e vida. Um livro para a liberdade!

– Então, digamos, um livro do Saramago que eu goste muito, e ache que mereça ser lido por muita gente, inclusive por ti, um messiânico, eu doaria à Biblioteca Livre quando te emprestasse? Isto é, desde que combinasse contigo que em vez de me devolver o livro, coisa que dificilmente farias mesmo, tu o passasses adiante e recomendasses a esse leitor subseqüente que o passasse adiante, e assim por diante...

– Isto! E terá um texto explicativo desse sistema que poderá ser colado no livro, para que as pessoas saibam claramente qual é a idéia e lhe dêem continuidade, não só com os livros que receberem, mas também libertem outros livros daqueles presos em suas estantes, desde que os achem tão, mas tão! bons que muitas pessoas mereçam lê-los.

– Legal! Gostei! Como as pessoas os passarão para conhecidos e amigos, com quem têm normalmente proximidade intelectual, idade próxima e interesses semelhantes, há a tendência de que o livro seja sempre bem aceito e seja mesmo lido e gostado...

– Além disso, quando eu te emprestar O Nome de Deus, do Fausto Wolff, que é o melhor livro de contos que eu li nos últimos 15 anos, e no qual um conto, A Namorada, teve participação importante nesta história, então, depois, vamos poder comentar sobre o livro, o que também poderás fazer com a pessoa a quem o repassares.

– Ah, mas pra eu discutir Fausto Wolff contigo, vais ter que discutir Saramago comigo!

– Tudo bem, ainda mais assim, sem ter que comprar, e sendo da Biblioteca Livre! - Está fechado o acordo.

– Tchê, Jean! Voltaste à velha forma! Esta é uma daquelas “idéias absurdas do Jean” no velho estilo! Gostei, pois tem boas e muitas possibilidades de dar certo. Eu, inclusive, quero ser dos pioneiros, dos fundadores.

– Dos pioneiros sim, mas fundadores serão todos que libertarem um livro para a Biblioteca.

– Ah, não, acho que os primeiros mil doadores...

– Libertadores!

– Que seja. Acho que os primeiros mil libertadores de livros poderiam ser considerados fundadores e a partir daí, mantenedores, junto aos próximos que virão.

– E porquê não o primeiro milhão de libertadores? Afinal, é para ser grande a Biblioteca – é para ser a Grande Biblioteca deste milênio.

– Como a Internet!

– Eu vou manter num blog alguns modelos

– Não! eu quis dizer que esta Biblioteca pode vir a ser como a Internet
mesmo! – Que disponibiliza informação livremente – a Biblioteca Livre disponibilizará livros livremente...

– Com a participação de todos...

– Será que funciona mesmo? Afinal estamos falando aqui apenas de uma idéia.

– Sei lá! Mas vamos tentar fazer funcionar. E acho que outros vão querer fazer funcionar. Lembra-te que tu mesmo já foste menos que uma idéia. E aí estás! Portanto temos chance.

– Tá bom! E num blog, o que é que ias fazer mesmo?

– Sim, teremos onde colocar todos os lances, apresentação da biblioteca para imprimir e colar nos livros, relação dos libertadores e dos livros libertados e os comentários do pessoal.

– Sim, mas aí voltamos à internet, que era de onde querias partir...

– Certo! Mas isto é o fermento! A massa mesmo é que eu quero que use, e acho que vai usar a Biblioteca Livre, porque a classe média meio que não tem problema pra comprar e ler os livros que está a fim. Eu acho é que a Biblioteca vai servir mais aos pobres mesmo.

– Mas como? Se até agora o que falamos, nós de classe média, que conhecemos é gente de classe média, nós falamos foi em Internet – coisa de classe média!

– Ué! E as escolas? E as professoras? Pô, eu vou às escolas com uns livrinhos embaixo do braço! Peço licença, me identifico como membro da Biblioteca Livre, explico o que é e largo um ou dois exemplares naquela sala de aula, para os olhos mais brilhosos de vontade. Esse guri ou guria vai ter que ler bem rápido o livro, porque uma penca de colegas vai estar esperando que termine logo, pra pegar o livro – quer dizer – tudo bem que só 10% da turma goste de ler – no início – o importante é que o pessoal se habitue a receber e repassar livros. Aí vai aumentar o número dos que lêem.

– Isto já está até parecendo campanha de marketing.

– Marketing, não. Pedagogia! É muito diferente.

– Eu lembro daquele teu ensaio sobre isto. Foi em 94, não é? quando o PT começou a usar a lógica marketeira.

– É... E deu nessa bastardice, comprovada por DNA... A diferença fundamental é que o marketing visa a transmissão de dinheiro, poder, esses motores da cobiça e do capitalismo e a pedagogia visa à transmissão de conhecimento, a alcançarmos a verdade.

– E quando começa a funcionar essa fenomenal Biblioteca Livre?

– Agora! Eu te trouxe O Nome de Deus.. Vais liberar aquele Saramago?

– Tchê! Isto funciona!

– Pois não é?! Mas olha: isto é pra livro muito bom – e pra livro muito bom o prazo máximo de leitura é de uma semana – em uma semana temos que passá-los adiante. Escreve teu nome embaixo do meu, aqui no verso da capa, e depois entrega e orienta ao próximo e feliz novo membro (ou outro órgão) da Biblioteca Livre.

– Hummm... Tá, mas e se, sendo mesmo um livro muito bom, eu resolvesse guardá-lo para mim? Ou vendê-lo a um sebo?

– Aí estarias fazendo como os que espetam borboletas, prendem passarinhos, caçam rinocerontes. Sei que não é teu estilo. Mas, tristemente, ainda se vê por aí... Agora, os sebos ficarão proibidos! de comprar livros da Biblioteca Livre, porque esses livros só darão baixa quando se esfarelarem de tanto ser lidos.

– Na verdade, o meu maior medo, se esse negócio der certo mesmo, é de que eu me empolgue e doe – que dizer – liberte, toda a minha biblioteca...

– E eu não sei?! Fiquei cheio de cuidados e cálculos com a minha, quando comecei a pensar a sério nesse presente. Mas depois lembrei: não é isto mesmo que está escrito que é para fazer?... Quer dizer, se não libertarmos o que temos de valor, quando morrermos, todo o valor, para nós, morrerá com a gente... Pode ficar para os herdeiros, mas para nós morrerá, ao passo que se o tivermos feito frutificar para as pessoas...

– A propósito, manda-me também um exemplar do teu livro, porque gostaria de passá-lo a um amigo, que o passará a uma amiga, etcétera.

– Faz dez anos, foi no Natal de 95, que publiquei este meu primeiro livro, até agora único. Já quis publicar uns três ou quatro desde então. Acho que por isto está acontecendo de publicar uma biblioteca de uma vez!

– Só o conhecimento transmitido permanece, só o amor praticado floresce e
frutifica, só o livro lido transmite conhecimento, só a ação constrói e expressa o ser.

– Saúde! Amem! Aos livros! À Biblioteca Livre!

– Aos livros! Aos livres! Aos homens livres! Às mulheres livres!! Oh, Às mulheres livres!!! Que o mundo conheça e use a Biblioteca Livre!

– Libertemos, e seremos livres! Ao ANIVERSARIANTE! Ou seja, a nós!


Jean Scharlau

Que aguarda notícias de mais subscrições, de quem queira constar entre os pioneiros e fundadores. Já temos umas 100 inscrições, que são meus convidados pessoais e dos quais aguardo confirmação, na lista para este presente ao aniversariante do próximo dia 25 que, no meu modo de ver, somos também todos nós.

Subscrever-se significa libertar alguns livros, dentre os melhores que tiver em casa, identificados como Biblioteca Livre. Para você constar na nossa lista de libertadores e que constem também os libertados livros, nos avise.

Os ESCRITORES que subscreverem-se precisam libertar também alguns dos seus, além daqueles de outros escritores que mais gostem.

Logo publicaremos neste blog da Biblioteca Livre uma sugestão de texto de apresentação, para imprimir e colar nos livros a serem libertados e um logotipo da Biblioteca Livre (para que quem queira libertar muitos livros possa fazer um carimbo, imprimir etiquetas, inventar outras coisas a partir dali).

Publicaremos e auto publicar-se-ão nos comentários deste blog os libertadores e os livros que serão libertados, bem como cada um poderá publicar sua opinião sobre suas leituras livres, etcétera e tal.

O que acham da idéia?

Abraços. Jean Scharlau.